Caros Amigos,
“Nada melhor para falar do assunto que realmente vivenciar o problema”.
Para quem não conhece, a “Arquitetura Inclusiva é a promoção da inclusão social no ambiente construído. Para atingir seus objetivos, desenvolve projetos que colaborem para criação de espaços, que possam ser usados por todas as pessoas, independente de suas habilidades, limitações ou idade. Uma arquitetura inclusiva garante ambientes apropriados, não só para idosos ou pessoas portadoras de deficiência, mas para todos”.
Eu pessoalmente estou vivendo um momento cuja minha mobilidade está parcial, pois sofri uma simples torsão no tornozelo e tenho encontrado muitas dificuldades para levar a “vida normal” como dizem por alguns motivos que me levaram a refletir sobre nossos comportamentos e atitudes sobre este tema que é tão relevante para nossa sociedade.
1) Espaços Públicos – De fato a cidade de São Paulo não nos oferece muitas opções, por exemplo, nas livrarias, nas calçadas, nas universidades etc muitos destes locais não tem elevadores ou rampas de acesso que possam contribuir de fato para que portadores de alguma necessidade possa levar uma vida nornal.
2)Comportamento Humano – Temos outro problema grave que está relacionado ao comportamento das pessoas que andam cada vez mais depressa que até se esquecem de olhar para as pessoas que estão a sua volta. Estes dias na universidade onde faço o meu mestrado á noite estava caminhando devagar, na rampa para deficientes, pois como estou usando a bota imobilizadora não dá para subir e descer escadas, quase fui atropelada pelas pessoas que com muita pressa não utilizam as escadas mas sim a única rampa de acesso para deficientes do prédio e ainda reclamam da lentidão para caminhar.
3) Preconceito – As pessoas que estão a nossa volta não tem muita paciência em esperar o nosso caminhar lento e cauteloso e quando percebem que não estamos ao seu lado voltam correndo ou param e ficam olhando até com dúvida se essa imobilidade é realmente real.
4) Arquitetura e Engenharia – Quando torci meu tornozelo, estava saindo do meu carro no estacionamento de uma universidade e simplesmente pela falta de regularização do pavimento meu salto se enrroscou no asfalto e daí surgiu a queda. Além da assinatura pelo governo federal do decreto 5.296/04 no final do ano passado que regulamenta as Leis n.º 10.048 – que dá prioridade de atendimento às pessoas com deficiência – e a n.º 10.098 – que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida existe também uma norma técnica NBR 9050 que deveria estar sendo seguida pelos Arquitetos e Engenheiros do nosso pais. O que me deixa mais indignada em relação a essa situação que seria hilária se não fosse trágica é que minha queda aconteceu no estacionamento de uma universidade de engenharia civil considerada uma das mais importantes do nosso país.
Aqui deixo minha dica para quem tem interesse neste tema que merece ser mais debatido pela nossa sociedade: Participe da Jornada Inclusiva que está sendo organizada pelo Instituto Brasil Acessivel e contribua para transformação dos espaços e do comportamento das pessoas que precisam apreender a conviver com a diversidade, afinal essa atitude também ajuda na construção de uma sociedade mais sustentável.
Para maiores informações sobre este tema acesse: http://www.brasilacessivel.org.br/
Para informações sobre o evento acesse: http://www.arquiteturainclusiva.com.br/
Autora: Vivian Aparecida Blaso Souza Soares César, Relações Públicas, especialista em Sustentabilidade
Olá! Não sou Engenheiro, mas li atentamente o seu post. Antes de mais, estimo as melhoras do seu pé. É inadmissível, que o pavimento de uma faculdade de engenharia estar irregular. Uma faculdade, onde se estuda Engenharia deveria dar o exemplo. Pela descrição, as pessoas parecem um bocado desumanas, ao andarem tão depressa e reclamarem consigo, quando na realidade está lesionada. beijos e as melhoras para si! bom fim de semana. Um anónimo de Portugal.