Com o advento das certificações (LEED, HQE) amplamente difundido no Brasil, E a partir da certificação da agência do Banco Real localizada na Granja Vianna, a sustentabilidade do setor da construção civil passou a ganhar respaldo das mídias e o consumidor começou a perceber a necessidade de novas formas de consumo de produtos mais “verdes”.
O conceito de sustentabilidade ainda não internalizado no consumidor brasileiro, já se tornou banalizado devido à alta exploração da mídia e publicidade “verde”. A expectativa mediante estes fatos é de que no Brasil nos próximos anos os consumidores passem a ter maior consciência e preferência por empresas que adotam em seus procedimentos a sustentabilidade em todos os seus processos e atitudes com respeito, ética e responsabilidade.
A sustentabilidade não é a salvação para as empresas mediante a crise econômica que o mundo atravessa, mas sem dúvida alguma é o caminho que poderá salvar o planeta do colapso frente à escassez dos recursos naturais não renováveis.
A crise talvez tenha sido providencial, com a desaceleração do consumo e conseqüentemente a desaceleração da produção, algumas organizações tem repensado seus processos de fabricação e uso dos recursos naturais antes de instigar no consumidor a vontade de sempre “precisar” do que é novo tecnológico e de ponta.
As equipes de desenvolvimento de novos projetos e novos produtos hoje estão frente a grandes desafios: ambientais econômicos e sociais.
No caso da operação e manutenção dos empreendimentos estes também deverão ser sustentáveis. Sob o aspecto da operação encontramos no homem a solução para uma operação sustentável, não basta ter recursos, tecnologias se o usuário dos empreendimentos não tiver treinamento, e, sobretudo a convicção de que suas atitudes por menores que pareçam ser afetam toda mecânica preparada para a operação do empreendimento que foi projetado para ser sustentável.
Voltamos ao ponto chave da discussão sobre sustentabilidade afinal, como podemos definir sustentabilidade sem pensar no homem como agente de interação com o planeta?
Sustentabilidade é, sobretudo, uma relação de interdependência entre o homem e o meio ambiente no qual se um sobrepuser vantagens sobre o outro não teremos como manter coerência e tão pouco atender as partes interessadas no processo de manutenção da espécie humana na terra. Fazem-se necessário cada vez mais, novas formas de pensar, de fazer e operar, que possam promover a mudança imediata na forma de viver, consumir, trabalhar e de relacionar.
Não temos mais tempo para conscientização, temos apenas tempo para mudança, ou seja, tempo para ação.
O homem precisa apreender a trabalhar de forma compartilhada e em equipe.
É necessário o olhar para o social. Não temos tempo para filantropia ou de comprar nossa consciência em investimentos que não são capazes de promover transformação social. È tempo de repensar: Será necessário crescer? Ou talvez fosse necessário decrescer de forma sustentável com o reparte das economias de forma mais igualitária? Como enfrentar a crise de forma individual se a crise ultrapassa as esferas locais e se transforma cada vez mais em uma crise global?
Frente a estes desafios para os próximos anos, podemos considerar que uma das tendências em sustentabilidade está na capacidade do homem de superar a sua forma de pensar e operar o planeta terra, pois da forma que estamos, além da crise financeira, estamos em uma crise pela sobrevivência da espécie humana. A escassez de recursos naturais não renováveis, o aquecimento global e nossa cultura do ter e não do ser nos posiciona com um déficit de 30% em relação aos recursos disponíveis no planeta. Será que essa crise econômica não veio no momento certo? Essa crise não seria o indício do colapso do processo capitalista de uma sociedade de consumo?