Especialistas da Coppe fazem balanço da COP-17

O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) promove reunião na Coppe/UFRJ, na próxima segunda-feira, dia 19, às 14h, para avaliar os resultados e desdobramentos da 17ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima (COP-17), realizada em Durban, na África do Sul. O evento contará com a participação de membros do Fórum, de especialistas, do diretor da Coppe e secretário executivo do FBMC, Luiz Pinguelli Rosa, e de um representante do Itamaraty. O objetivo é fazer um balanço da participação do Brasil na COP-17 e dos principais pontos discutidos ao longo dos 13 dias da conferência.

A reunião será promovida em parceria com o Grupo de Trabalho Mudança Climática, Pobreza e Desigualdades do FBMC e o Coep – Rede Nacional de Mobilização Social. O evento será realizado, das 14h às 17h, no auditório do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais – IVIG/Coppe, no prédio anexo ao Centro de Tecnologia da UFRJ, na Avenida Pedro Calmon, s/nº, Cidade Universitária – Ilha do Fundão.

Durante o encontro serão apresentadas iniciativas de algumas entidades e instituições integrantes do FBMC para a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), que será realizada em junho de 2012. Serão abordados, também, os resultados da pesquisa “Mudanças Climáticas, Desigualdades Sociais e Populações Vulneráveis no Brasil: Construindo Capacidades”, desenvolvida pelo Grupo de Trabalho de Mudança Climática, Pobreza e Desigualdades, coordenado pelo Coep. O trabalho estudou o impacto das mudanças climáticas junto às comunidades pobres – consideradas as mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.

Lançamento de livros

No evento também serão lançados dois livros relacionados a dois subgrupos dessa pesquisa, editados com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): “Mudanças Climáticas, Vulnerabilidades e Adaptação”, de Renato Maluf e Teresa da Silva Rosa, e “Mudanças Climáticas, Pobreza e Desigualdade”, de Anna Peliano.

O primeiro livro, “Mudanças Climáticas, Vulnerabilidades e Adaptação”, traz os resultados do subprojeto “Populações Vulneráveis”, coordenado pelos professores Renato Maluf, do Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional (Ceresan), e Teresa da Silva Rosa, do Centro Universitário Vila Velha. O trabalho teve como foco os impactos regionais e as vulnerabilidades de populações de baixa renda em três biomas (Amazônia, Caatinga e Cerrado) e duas regiões metropolitanas (ambas em área de Mata Atlântica), que enfrentaram episódios relevantes de eventos climáticos, constituindo cinco estudos de caso.
O outro livro, “Mudanças Climáticas, Pobreza e Desigualdade”, reúne os resultados do subprojeto “Empresas”, coordenado pela socióloga Anna Peliano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que investigou se as empresas têm contemplado em seus investimentos sociais o impacto das mudanças climáticas sobre as populações vulneráveis. Esse estudo revelou que elas estão bem desenvolvidas em relação às ações de mitigação, mas, no que se refere à comunidade, poucas ações foram concebidas associando mudanças climáticas e pobreza, revelando a necessidade de que o tema adaptação se torne objeto de capacitações que possibilitem às empresas desenvolver projetos que contemplem os aspectos sociais e amb ientais das mudanças climáticas.

Os dois livros integram a Coleção Cidadania em Rede e estão disponíveis para download no endereço: (http://www.coepbrasil.org.br/portal/publico/apresentarCadernos.aspx).
A 17ª rodada da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima em Durban, na África do Sul, terminou no dia 11 e dividiu a opinião dos especialistas. Pelo lado diplomático, comemora-se o comprometimento para a elaboração de um plano de metas vinculantes a partir de 2020; a prorrogação do Protocolo de Kioto, estendido até o ano de 2017; e a criação de um fundo verde de US$ 100 milhões. Pelo lado ambiental, especialistas argumentam que não houve, de fato, um avanço nas medidas em combate ao aquecimento global e que o início das ações foi postergado para a próxima década.