Por Vivian Blaso, Relações Públicas (UNP), Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais (PUC-SP), diretora da agência de Relações Públicas Conversa Sustentável, MBA em Gestão Estratégica de Marketing (UFMG), Especialista em Sustentabilidade (FDC) e Professora convidada do Curso de Pós Graduação em Construções Sustentáveis (FAAP).
Setembro de 2011
No contexto urbano em que vivemos, as cidades são ao mesmo tempo centros de desenvolvimento, onde há aumento da expectativa de vida, mas também de geração de lixo, de poluição e de problemas de mobilidade.
O aumento da frota de automóveis na cidade de São Paulo tem contribuído para piorar aspectos de mobilidade urbana, qualidade do ar e consequentemente interferindo na qualidade de vida dos seus habitantes.
Hoje a velocidade média do tráfego paulistano é de 10 km por hora, e doenças relacionadas à qualidade do ar, ou seja, o aumento de mortes por pneumonia e doenças respiratórias tem crescido exponencialmente mais que câncer e AIDS, de acordo com o Dr. Paulo Saldiva.
O excesso de veículos tem aumentado a demanda por áreas para tráfego e estacionamento, e como consequência a pavimentação, o que contribui para a impermeabilização do solo, facilitando a ocorrência de enchentes. Além disso, o calor retido por essas superfícies, somado ao calor gerado pelos veículos, tem contribuído para o aumento da temperatura do ambiente por meio da formação de ilhas de calor, o que interfere no microclima da cidade.
São Paulo, apesar de ser a cidade mais rica do país, no âmbito do urbanismo e do planejamento urbano está entre as mais carentes, com a necessidade latente de uma reforma urbana ampla.
Os governos e prefeituras responsáveis pelo planejamento urbano da cidade e dos seus espaços públicos na maioria das vezes não conseguem absorver a expansão exponencial da cidade. Por isso, são de extrema importância as ações de intervenção no espaço urbano por organizações da Sociedade Civil, Fundações e Empresas.
Dessa forma, podemos perceber que a estrutura das cidades determina a qualidade do espaço urbano e de vida de seus habitantes, tendo a qualidade expressa também no seu microclima, no consumo energético, na gestão de água e de resíduos, em sua capacidade de adaptação aos eventos climáticos, na garantia da saúde e da satisfação dos moradores.
Neste sentido, podemos considerar que o planejamento urbano municipal é estratégico para a ordenação espacial do território e tem como principal instrumento o plano diretor, que, por sua vez, tem a função de ser um integrador, articulador das políticas setoriais para as cidades.
Neste cenário, o setor da construção civil como é extremamente relevante, principalmente as empresas de incorporação imobiliária, pois atuam como um dos agentes indutores na concepção espacial das cidades.
Esse setor, em especial o imobiliário, é responsável por articular parcerias público-privadas cuja intenção é promover uma melhoria do ambiente construído, influenciando na melhoria da qualidade de vida. Entretanto, nem sempre o que está explícito nas legislações, ou o que foi previsto pelos investidores e governos, consegue atender à demanda social latente por infraestrutura de serviços, acesso à saúde, transporte e educação.
O setor da construção civil também poderá contribuir no processo de adaptação das cidades diante desses grandes desafios mundiais enfrentados pelas cidades?
O modelo de desenvolvimento urbano de São Paulo é um exemplo de como existem lacunas que necessitam ser preenchidas, pois basta olhar para a cidade e ela nos mostra as questões relacionadas à mobilidade urbana, coleta de lixo domiciliar, enchentes, ocupações em áreas vulneráveis, entre outros problemas que fazem parte da agenda do município.
Como adaptar as cidades para a economia de recursos naturais e melhoria da qualidade de vida?
Neste quadro, a palavra “sustentabilidade” se apresenta como o tema do momento, em toda a sociedade, principalmente porque hoje a maior parte da população mundial vive nas grandes metrópoles.
A origem da palavra, ou seja, o seu significado etimológico, aponta que sustentabilidade “é a capacidade de fornecer ou garantir o necessário para a sobrevivência no planeta”.
Segundo o relatório “O estado do mundo”, divulgado em 2010 pela ONU – Organização das Nações Unidas, atualmente cerca de um sexto da população mundial é responsável por quase 80% do que é consumido mundialmente em termos de bens e serviços e 5 bilhões de pessoas ainda consomem um décimo do que compra um europeu médio. Hoje já consumimos 30% acima da capacidade de reposição da Terra; diariamente retiramos do planeta, em termos de recursos naturais, o equivalente a 112 prédios do Empire State, que tem 105 andares. É impossível continuarmos a agir da mesma maneira sem que tenhamos perdas.
Diante dessa conjuntura, só existe uma saída para o mundo: o desenvolvimento nas três esferas propostas pela sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
Aliar o desenvolvimento sustentável de maneira a proporcionar condições de igualdade e inclusão social das classes menos privilegiadas é o grande desafio das nações.
O Professor Jurandir Macedo, especialista em comportamento e finanças, comenta que só existem dois erros em nossa vida financeira: “Ou economizamos muito e morremos cedo sem usufruir dos benefícios que o dinheiro pode nos proporcionar ou temos uma vida perdulária, gastando o que não temos e perdemos qualidade de vida”. Do ponto de vista da sustentabilidade também funciona da mesma maneira, ou seja, ou a sociedade muda os padrões individuais de consumo e devastação ambiental ou teremos perdas irreversíveis à nossa saúde e à própria sobrevida no planeta. As pessoas ao redor do mundo precisam se conscientizar de que é necessário o equilíbrio ou não vamos ter planeta.
E como fazer isso, tendo em vista a proximidade da Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em 2012?
A Rio+20 reunirá os esforços necessários para alcançar uma economia verde, inclusiva e de baixo carbono em busca do desenvolvimento sustentável. Seu eixo central está pautado na Green Economy, e para isso será necessário que o Brasil apresente suas experiências nas questões relacionadas ao etanol e à Amazônia, além da nossa biodiversidade, que hoje abastece a cadeia de produção e consumo em escala global.
O foco deverá ser colocado em torno de como a sustentabilidade se relaciona com países subdesenvolvidos, uma vez que só existe uma alternativa para eles: uma economia verde que proporcione a equidade. Na conferência Rio 92 falamos sobre os limites do planeta como algo intangível, entretanto agora é um grande risco para a economia, pois a biodiversidade está relacionada de maneira intrínseca ao desenvolvimento das nações.
A estratégia do governo para a conferência está voltada para a mobilização e o engajamento da sociedade, por isso ele vai fazer um grande esforço para mobilizar principalmente os jovens, porque eles é que terão de cobrar dos governantes e implementar ações que promovam a economia verde e inclusiva.
De acordo com o relatório intitulado “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, lançado pelo PNUMA em 2011, existem grandes oportunidades para desacoplar, por exemplo, a geração de resíduos do crescimento do PIB, incluindo em seu lugar ações de recuperação e reciclagem. Isso gera no Brasil retornos de 2 bilhões de dólares por ano, ao mesmo tempo que evita a emissão de 10 milhões de toneladas de gases de efeito estufa; aqui, uma economia de reciclagem plena valeria 0,3% do PIB.
O Professor Ignacy Sachs apontou, durante oficina realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal, que a humanidade entrou em uma nova era: geológica e antropocêntrica, e o que nos interessa agora é a era geológica, porque as atividades humanas começam a fazer a diferença no planeta. “Somos como aprendizes de feiticeiro, entretanto ou criamos um roteiro para os geonautas se alinharem à Rio+20 ou caso contrário não teremos o Brasil e o mundo na rota social e ambientalmente includentes e sustentável. Ou seja, será necessário reaprendermos a planejar”, disse o professor. Isto é, na visão de Sachs será necessário que os países se adaptem sob três grandes aspectos: pegada ecológica, geração de trabalho decente e gestão de um fundo de financiamentos para subsidiar a sustentabilidade nos países em desenvolvimento.
O cientista nos propõe a criação do imposto sobre o carbono, pois caso contrário os empresários que não investirem em sustentabilidade ficarão em desvantagem competitiva em relação ao preço de suas mercadorias e em relação aos concorrentes que não incorporam sustentabilidade e isso pode gerar mais desigualdade. Segundo Sachs, estamos vivendo uma grande crise econômica, e os consumidores vão comprar produtos mais baratos porque vão controlar o que entra e sai de recursos para sua subsistência. Na sua visão seria necessária a criação de pedágios para utilização dos oceanos, dos ares onde os países desenvolvidos deverão subsidiar a utilização dos recursos aos países em desenvolvimento, ou seja, quem utiliza mais paga mais.
Outro aspecto apontado por Sachs está na necessidade de redefinir os eixos das cooperações técnicas a partir dos biomas, por exemplo: os cientistas que estudam as florestas tropicais no Brasil deverão fazer intercâmbios com os cientistas que estudam as florestas tropicais da Índia, pois isso facilitaria a interlocução entre planos de cooperação técnico-científica e neste momento poderíamos dar um passo rumo ao desenvolvimento includente e sustentável.
Sachs conclui que será necessário replanejar as agendas verde e azul, discutir formas de trabalho decente, olhar para a pegada ecológica e trabalhar com programas de mutirão assistidos de habitação. Essas seriam as estratégias para colocarmos o Brasil na liderança do evento mais importante da ONU em 2012.
Hoje o Brasil possui uma quantidade significativa de recursos naturais, e é a partir desses recursos que extraímos toda a base da nossa economia, mas se eles forem retirados de maneira predatória e indiscriminada, o que vai acontecer? A economia entrará em colapso. Portanto, hoje não é possível haver desenvolvimento social e ambiental se pensarmos apenas na geração de riquezas, como também não é possível pensarmos somente na preservação ambiental sem levarmos em conta a economia. Por isso é necessário o equilíbrio dessa equação similar ao equilíbrio da nossa vida financeira.
No contexto urbano em que vivemos, as cidades são ao mesmo tempo centros de desenvolvimento, onde há aumento da expectativa de vida, mas também de geração de lixo, de poluição e de problemas de mobilidade.
O aumento da frota de automóveis na cidade de São Paulo tem contribuído para piorar aspectos de mobilidade urbana, qualidade do ar e consequentemente interferindo na qualidade de vida dos seus habitantes.
Hoje a velocidade média do tráfego paulistano é de 10 km por hora, e doenças relacionadas à qualidade do ar, ou seja, o aumento de mortes por pneumonia e doenças respiratórias tem crescido exponencialmente mais que câncer e AIDS, de acordo com o Dr. Paulo Saldiva.
O excesso de veículos tem aumentado a demanda por áreas para tráfego e estacionamento, e como consequência a pavimentação, o que contribui para a impermeabilização do solo, facilitando a ocorrência de enchentes. Além disso, o calor retido por essas superfícies, somado ao calor gerado pelos veículos, tem contribuído para o aumento da temperatura do ambiente por meio da formação de ilhas de calor, o que interfere no microclima da cidade.
São Paulo, apesar de ser a cidade mais rica do país, no âmbito do urbanismo e do planejamento urbano está entre as mais carentes, com a necessidade latente de uma reforma urbana ampla.
Os governos e prefeituras responsáveis pelo planejamento urbano da cidade e dos seus espaços públicos na maioria das vezes não conseguem absorver a expansão exponencial da cidade. Por isso, são de extrema importância as ações de intervenção no espaço urbano por organizações da Sociedade Civil, Fundações e Empresas.
Dessa forma, podemos perceber que a estrutura das cidades determina a qualidade do espaço urbano e de vida de seus habitantes, tendo a qualidade expressa também no seu microclima, no consumo energético, na gestão de água e de resíduos, em sua capacidade de adaptação aos eventos climáticos, na garantia da saúde e da satisfação dos moradores.
Neste sentido, podemos considerar que o planejamento urbano municipal é estratégico para a ordenação espacial do território e tem como principal instrumento o plano diretor, que, por sua vez, tem a função de ser um integrador, articulador das políticas setoriais para as cidades.
Neste cenário, o setor da construção civil como é extremamente relevante, principalmente as empresas de incorporação imobiliária, pois atuam como um dos agentes indutores na concepção espacial das cidades.
Esse setor, em especial o imobiliário, é responsável por articular parcerias público-privadas cuja intenção é promover uma melhoria do ambiente construído, influenciando na melhoria da qualidade de vida. Entretanto, nem sempre o que está explícito nas legislações, ou o que foi previsto pelos investidores e governos, consegue atender à demanda social latente por infraestrutura de serviços, acesso à saúde, transporte e educação.
O setor da construção civil também poderá contribuir no processo de adaptação das cidades diante desses grandes desafios mundiais enfrentados pelas cidades?
O modelo de desenvolvimento urbano de São Paulo é um exemplo de como existem lacunas que necessitam ser preenchidas, pois basta olhar para a cidade e ela nos mostra as questões relacionadas à mobilidade urbana, coleta de lixo domiciliar, enchentes, ocupações em áreas vulneráveis, entre outros problemas que fazem parte da agenda do município.
Como adaptar as cidades para a economia de recursos naturais e melhoria da qualidade de vida?
Neste quadro, a palavra “sustentabilidade” se apresenta como o tema do momento, em toda a sociedade, principalmente porque hoje a maior parte da população mundial vive nas grandes metrópoles.
A origem da palavra, ou seja, o seu significado etimológico, aponta que sustentabilidade “é a capacidade de fornecer ou garantir o necessário para a sobrevivência no planeta”.
Segundo o relatório “O estado do mundo”, divulgado em 2010 pela ONU – Organização das Nações Unidas, atualmente cerca de um sexto da população mundial é responsável por quase 80% do que é consumido mundialmente em termos de bens e serviços e 5 bilhões de pessoas ainda consomem um décimo do que compra um europeu médio. Hoje já consumimos 30% acima da capacidade de reposição da Terra; diariamente retiramos do planeta, em termos de recursos naturais, o equivalente a 112 prédios do Empire State, que tem 105 andares. É impossível continuarmos a agir da mesma maneira sem que tenhamos perdas.
Diante dessa conjuntura, só existe uma saída para o mundo: o desenvolvimento nas três esferas propostas pela sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
Aliar o desenvolvimento sustentável de maneira a proporcionar condições de igualdade e inclusão social das classes menos privilegiadas é o grande desafio das nações.
O Professor Jurandir Macedo, especialista em comportamento e finanças, comenta que só existem dois erros em nossa vida financeira: “Ou economizamos muito e morremos cedo sem usufruir dos benefícios que o dinheiro pode nos proporcionar ou temos uma vida perdulária, gastando o que não temos e perdemos qualidade de vida”. Do ponto de vista da sustentabilidade também funciona da mesma maneira, ou seja, ou a sociedade muda os padrões individuais de consumo e devastação ambiental ou teremos perdas irreversíveis à nossa saúde e à própria sobrevida no planeta. As pessoas ao redor do mundo precisam se conscientizar de que é necessário o equilíbrio ou não vamos ter planeta.
E como fazer isso, tendo em vista a proximidade da Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em 2012?
A Rio+20 reunirá os esforços necessários para alcançar uma economia verde, inclusiva e de baixo carbono em busca do desenvolvimento sustentável. Seu eixo central está pautado na Green Economy, e para isso será necessário que o Brasil apresente suas experiências nas questões relacionadas ao etanol e à Amazônia, além da nossa biodiversidade, que hoje abastece a cadeia de produção e consumo em escala global.
O foco deverá ser colocado em torno de como a sustentabilidade se relaciona com países subdesenvolvidos, uma vez que só existe uma alternativa para eles: uma economia verde que proporcione a equidade. Na conferência Rio 92 falamos sobre os limites do planeta como algo intangível, entretanto agora é um grande risco para a economia, pois a biodiversidade está relacionada de maneira intrínseca ao desenvolvimento das nações.
A estratégia do governo para a conferência está voltada para a mobilização e o engajamento da sociedade, por isso ele vai fazer um grande esforço para mobilizar principalmente os jovens, porque eles é que terão de cobrar dos governantes e implementar ações que promovam a economia verde e inclusiva.
De acordo com o relatório intitulado “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, lançado pelo PNUMA em 2011, existem grandes oportunidades para desacoplar, por exemplo, a geração de resíduos do crescimento do PIB, incluindo em seu lugar ações de recuperação e reciclagem. Isso gera no Brasil retornos de 2 bilhões de dólares por ano, ao mesmo tempo que evita a emissão de 10 milhões de toneladas de gases de efeito estufa; aqui, uma economia de reciclagem plena valeria 0,3% do PIB.
O Professor Ignacy Sachs apontou, durante oficina realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal, que a humanidade entrou em uma nova era: geológica e antropocêntrica, e o que nos interessa agora é a era geológica, porque as atividades humanas começam a fazer a diferença no planeta. “Somos como aprendizes de feiticeiro, entretanto ou criamos um roteiro para os geonautas se alinharem à Rio+20 ou caso contrário não teremos o Brasil e o mundo na rota social e ambientalmente includentes e sustentável. Ou seja, será necessário reaprendermos a planejar”, disse o professor. Isto é, na visão de Sachs será necessário que os países se adaptem sob três grandes aspectos: pegada ecológica, geração de trabalho decente e gestão de um fundo de financiamentos para subsidiar a sustentabilidade nos países em desenvolvimento.
O cientista nos propõe a criação do imposto sobre o carbono, pois caso contrário os empresários que não investirem em sustentabilidade ficarão em desvantagem competitiva em relação ao preço de suas mercadorias e em relação aos concorrentes que não incorporam sustentabilidade e isso pode gerar mais desigualdade. Segundo Sachs, estamos vivendo uma grande crise econômica, e os consumidores vão comprar produtos mais baratos porque vão controlar o que entra e sai de recursos para sua subsistência. Na sua visão seria necessária a criação de pedágios para utilização dos oceanos, dos ares onde os países desenvolvidos deverão subsidiar a utilização dos recursos aos países em desenvolvimento, ou seja, quem utiliza mais paga mais.
Outro aspecto apontado por Sachs está na necessidade de redefinir os eixos das cooperações técnicas a partir dos biomas, por exemplo: os cientistas que estudam as florestas tropicais no Brasil deverão fazer intercâmbios com os cientistas que estudam as florestas tropicais da Índia, pois isso facilitaria a interlocução entre planos de cooperação técnico-científica e neste momento poderíamos dar um passo rumo ao desenvolvimento includente e sustentável.
Sachs conclui que será necessário replanejar as agendas verde e azul, discutir formas de trabalho decente, olhar para a pegada ecológica e trabalhar com programas de mutirão assistidos de habitação. Essas seriam as estratégias para colocarmos o Brasil na liderança do evento mais importante da ONU em 2012.
Hoje o Brasil possui uma quantidade significativa de recursos naturais, e é a partir desses recursos que extraímos toda a base da nossa economia, mas se eles forem retirados de maneira predatória e indiscriminada, o que vai acontecer? A economia entrará em colapso. Portanto, hoje não é possível haver desenvolvimento social e ambiental se pensarmos apenas na geração de riquezas, como também não é possível pensarmos somente na preservação ambiental sem levarmos em conta a economia. Por isso é necessário o equilíbrio dessa equação similar ao equilíbrio da nossa vida financeira.