Desde janeiro deste ano os produtos orgânicos são obrigados a apresentarem o selo de garantia do Ministério da Agricultura (MAPA). O objetivo é garantir ao consumidor a correta procedência dos alimentos o que dará mais credibilidade ao setor.
Nos últimos anos o alimento orgânico vem ganhando espaço nas prateleiras dos super mercados. São frutas, verduras e até carnes. Eles são considerados mais saudáveis e nutritivos, além de cuidarem do meio ambiente. Mas sua popularidade ainda é baixa. O custo para produzir esses alimentos é alto, o que acaba refletindo no preço final para o consumidor.
Alimentos orgânicos são todos aqueles que receberem técnicas naturais de cultivo e criação. Sem uso de agrotóxicos, hormônios ou fertilizantes químicos prometem trazer mais benefícios a saúde de quem os consome. Acredita-se que a ingestão de substâncias químicas industrializadas possa trazer prejuízos ao perfeito funcionamento do organismo humano. Já os orgânicos, por serem cultivados na ausência destes produtos, são mais saudáveis e mais nutritivos. A fertilização do solo é feita com esterco animal ou da decomposição vegetal. E para garantir que o solo não perderá seus nutrientes os agricultores se utilizam de outras técnicas consideradas “amigas” do meio ambiente: a rotação de culturas, a adubação verde e a compostagem. A rotação de culturas consiste em trocar a cada plantio a espécie vegetal, afim de que uma possa repor os nutrientes extraídos pela outra. A adubação verde é a técnica onde vegetais leguminosos com pouco valor econômico são adicionados na superfície do solo, afim de enrique-lo de nutrientes. A compostagem é feita com o controle da decomposição de matéria orgânica. Ela ficará rica em nutrientes, o que a torna um excelente fertilizante natural. As pragas, insetos, fungos e outros seres “inimigos” da plantação, são controlados sem adicionar substâncias que possam contaminar o solo e o alimento. O controle biológico das pragas é feito colocando outro organismo que ataca aquele que esteve prejudicando a plantação. E não são apenas frutas, verduras e legumes que poder ser considerados orgânicos. Carne animal quando deixa de receber hormônios de crescimento e engorda, sais de alimentação e antibióticos entram na listas dos alimentos mais saudáveis.
A produção deste tipo de alimento vem crescendo no Brasil, porém esse mercado representa apenas 1% dos consumidores. O grande destaque está mesmo nas exportações. De acordo com o Organics Brasil, organização não-governamental do setor, as 72 empresas associadas somaram faturamento de 108 milhões de dólares. Um aumento de 130% em relação a 2009. Desse total, “o setor de alimentos representou 96% com destaque para: açúcar, polpas de frutas (açaí, acerola e laranja), mel, castanhas, e produtos industrializados como os derivados de frutas, grãos e café”, segundo Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, no artigo Brasil amplia participação no mercado de orgânicos. Os principais compradores destes produtos são Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Coréia do Sul, China e Canadá. “A tendência para 2011 é a forte expansão do mercado interno, com a expectativa da oficialização da instituição do selo nacional de orgânicos e a regulamentação nacional a partir de janeiro. Os mercados internacionais tendem a ter crescimento continuo”, segundo Ming Liu no artigo 2010 foi um ano bom para exportação de orgânicos. A Certificação para os produtos passou a ser obrigatório a partir de janeiro de 2011. O Brasil é o segundo maior produtor de alimentos orgânicos. Fica atrás apenas da Austrália. Essas e mais informações podem ser lidas no site da Organics Brasil (http://www.organicsbrasil.org/).
Além de todos os benefícios à saúde a cultura de uma alimentação orgânica interfere também no quadro social. O cultivo destes alimentos exige mais mão de obra e menos máquinas o que participa da fixação do trabalhador rural no campo. Os direitos trabalhistas dos empregados são respeitados. Eles têm registro em carteira, benefícios e o salário ficam um pouco acima da média do mercado.
Mas, apesar de todo a crescimento do setor, os alimentos orgânicos ainda são caros para o consumidor final. No mercado nacional o consumo de orgânicos representa apenas 1%. O preço é o principal motivo deste número. O leite orgânico, por exemplo, é 50% mais caro que o convencional, segundo o site www.portaldoagronegocio.com.br. Uma forma de reduzir os preços é estimulando a compra dos produtos orgânicos. De acordo com o site www.natureba.com.br incluir produtos orgânicos nas compras incentiva a produção e no longo prazo, torna os orgânicos mais baratos.