O decrescimento é uma proposta alternativa para a política pós-desenvolvimento. Sua meta é uma sociedade em que se viverá melhor trabalhando e consumindo menos. Serge Latouche.
Estou lendo este livro de Serge Latouche e diante o cenário policrísico que atravessamos, não enxergo neste momento outra saída para o capitalismo que o decrescimento sereno. Já estamos vivendo uma era de incertezas e escassez que nos obriga a repensarmos a maneira como vivemos. Em São Paulo, onde resido atualmente, sentimos na pele o calor excessivo, a falta de água com o rodízio velado em bairros da periferia, e falta de energia eletrética, resultados das mudanças climáticas que são ocasionadas pela sociedade dos excessos.Não encaro o consumo como vilão dessa história, mas a arrogância, e os modos de vida desde de a modernidade que separou natureza e cultura e atribuiu ao homem o falso poder de controlar a vida e os fenômenos da natureza. Somos frutos da artificialidade que nós mesmos criamos e isso é fácil de entender: basta acessarmos o facebook e nos depararmos com as mentiras que contamos sobre nós mesmos. Mesmo assim, como sou esperançosa, acredito que muitas bifurcações nos levarão às regenerações e metamorfoses múltiplas e simultâneas que nos colocarão novamente em reconexão com a tríade perdida indivíduo-espécie-sociedade e nos tratará um novo modo de vida onde nossos valores serão revitalizados, recontextualizados e reeditados para o bem da era planetária. Professora, Vivian Blaso – Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais, editora do Blog Conversa Sustentável.