Comunicação, Cultura e Sustentabilidade

Autora: Profa. Msc. Vivian Ap. Blaso S.S. Cesar
A partir dos movimentos globais pela sustentabilidade um novo ambiente regulatório vem se configurando e transformando a maneira das empresas de comunicar produtos e seus benefícios de maneira mais ética, com linguagem e discursos condizentes com suas práticas empresariais, priorizando a responsabilidade socioambiental. É nesse cenário que as empresas podem assumir o papel de agentes  da transformação social, pois influenciam e são influenciadas pelos seus consumidores. Sob este aspecto, podemos perceber que as empresas também têm um papel de influência para a transformação dos hábitos de consumo, pois interagem conforme as expectativas e desejos da sociedade, que hoje atribui ao consumo de bens e serviços um lugar relacionado à felicidade. Por outro lado, os consumidores de hoje já possuem informações e estão mais conscientes sobre seus direitos e deveres e vêm adotando posturas políticas, resgatando aspectos ligados à cidadania e apresentando tendências na busca por informações sobre a Saudabilidade, Sustentabilidade, Ética, Justiça Social, Bem-estar Animal, Origem e Formas de Produção de produtos e serviços, tanto na orientação no processo de escolha como na restrição ao próprio consumo.
Segundo Daniel Miller (2010), o consumo pode ser definido como atividade que envolve tomar decisões políticas e morais praticamente todos os dias.
Os resultados dessas novas tendências vêm impactando de maneira significativa a reputação das marcas das empresas, uma vez que os consumidores, hoje mais emponderados de informações e interconectados em redes, são codesenvolvedores de informações. Hoje os usuários das redes sociais são convocados a partilhar suas experiências, a emitir suas opiniões, e as empresas oferecem pagamento em dinheiro para que usuários desenvolvam recursos inovadores para melhorar seus negócios ou para influenciar seus amigos sobre determinadas marcas, produtos ou serviços. 
È neste sentido que destacamos a comunicação como uma ferramenta estratégica para disseminação, consolidação e posicionamento de um novo valor social – “o valor  sustentável”. A comunicação é responsável  pela construção legítima de uma nova sociedade, uma sociedade de consumidores cada  vez mais políticos, que visam acima de tudo não só os seus interesses individuais mas os interesses coletivos. Estamos falando aqui de um resgate a cidadania, de uma politica voltada para a solidariedade que se faz necessária não apenas em tempos de crises  mas na perpetuação de uma transição politica que possa assegurar a sobrevivência do homem no planeta terra.
A comunicação na sua essência é transversal aos processos de mudança ela comunica, orienta, direciona e consolida valores e práticas da sociedade e por isso, a comunicação pode mobilizar a sociedade” na formação dessa nova cultura, influenciando as pessoas a adotarem um estilo de vida urbano que aponte para a transição da sociedade do consumo para a sociedade do bem-estar pautada por padrões éticos e de solidariedade. 
Agora cabe as empresas enxergarem além do seu papel social que é o de gerar emprego e renda está o papel de produtoras, coprodutoras de conteúdos que poderão mais do que nunca influenciar os  consumidores a adotarem posturas ecológicas e morais rumo a sociedade de bem estar.