Sustentabilidade na Cadeia de Materiais da Construção Civil

Nos últimos meses tenho percebido que finalmente a sustentabilidade no setor da construção civil tem sido pauta das discussões internas das empresas fornecedoras de insumos.

Tenho realizado algumas visitas técnicas em alguns fabricantes do setor e participado de alguns eventos que apontam para dois caminhos: desenvolvimento de novos produtos com foco na sustentabilidade e a mensuração dos resultados sobre a emissão de CO2 na cadeia produtiva.

Os laboratórios de desenvolvimento de novos produtos em parceria com as equipes comerciais das empresas deste setor têm procurado estabelecer um diálogo criativo e voltado para a inovação em sustentabilidade. Essa nova demanda por produtos que atendam quesitos de sustentabilidade muitas vezes tem sido estimulada pelas construtoras que tem trabalhado com as certificações de empreendimentos como LEEED e AQUA, dessa forma os laboratórios de desenvolvimento de novos produtos das empresas têm lido os guidelines dessas certificações para a sua orientação no desenvolvimento de novos produtos para atender este mercado.

Certificação Aqua – Alta Qualidade Ambiental

A Certificação da Construção Sustentável – Processo AQUA atesta, de forma inegável e inequívoca, a Alta Qualidade Ambiental do Empreendimento, provada por meio de auditorias independentes. Os benefícios de um Empreendimento Certificado Processo AQUA são: qualidade de vida do usuário; economias de água, energia, disposição de resíduos e manutenção; e contribuição para o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental.
Fonte: http://www.vanzolini.org.br/
Certificação LEED
Para receber a certificação LEED de prédio verde, uma construção deve seguir alguns quesitos. Espaço sustentável (SS),Eficiência do uso da água (WE), Energia e Atmosfera (EA), Materiais e Recursos (MR),Qualidade ambiental interna (EQ) ,Inovação e Processos.
Hoje, são 69 critérios e cada um deles vale um ponto. Estes critérios levam em consideração todo o ciclo de vida do empreendimento desde a sua concepção, construção, operação e descarte de resíduos após sua vida útil. Caso atinja no mínimo 26 pontos e atenda os 7 pré-requisitos, o prédio estará de acordo com as preocupações de sustentabilidade e recebe a certificação LEED básica. A partir de 33 pontos, recebe o certificado prata. Quando chega a 39, recebe o ouro. A partir de 52 pontos atinge-se a certificação máxima, que é de platina. A partir de 52 pontos atinge-se a certificação máxima, que é de platina. Três empreendimentos já certificados no Brasil estão na categoria prata e o outro na cataegoaria verde(básica).
Fonte: http://www.gbcbrasil.org.br/pt/index.php?pag=faq.php

Por exemplo, as certificações LEED e AQUA apontam a qualidade do ambiente interno de uma edificação como um dos requisitos para certificação. Essa qualidade está relacionada às emissões de compostos orgânicos voláteis (VOCS). Os setores de tintas, selantes e solventes são impactados diretamente com essa nova necessidade de adequação de seus produtos, pois essa qualidade do ar está relacionada às questões ambientais e de qualidade de vida os usuários, ou seja, para se adaptar a nova demanda é necessário também atender as necessidades do setor e hoje temos, por exemplo, as tintas a base de água que possuem um índice de toxicidade menor do que as tintas convencionais.

Outro fator que tem impulsionado a cadeia da construção a se preocupar com as questões da sustentabilidade são as novas legislações que tem sido implementadas em função do aquecimento global e das mudanças climáticas. Na Europa já existem cotas de emissão aplicadas a empresas de alguns setores industriais bem como um imposto.

No Brasil, o Governo Federal e Governo do Estado de São Paulo aprovaram recentemente metas de redução da emissão de gás carbônico CO2Em São Paulo, a lei municipal aprovada em junho tem como meta cortar até 2012 em 30% as emissões em relação aos valores verificados em inventário concluído em 2005.

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável em maio de 2009 tornou-se membro do SBCI (Sustainable Buildings & Construction Initiative). Alinhados às iniciativas globais deste grupo, o CBCS iniciou o desenvolvimento de projetos voltados à eficiência energética e às emissões de CO2 dos edifícios. O comitê temático de materiais do CBCS promoveu em sua última reunião com a participação dos setores de aço e cimento uma apresentação das metodologias e os entraves que cada indústria tem percebido no processo de avaliação das emissões de CO2, agora o próximo passo será a verificação do estágio que se encontra todo o setor de materiais e partir daí a proposta é desenvolver uma metodologia que auxiliem os fabricantes neste item que em breve será obrigatório para as empresas no Brasil.

Mais informações: http://www.cbcs.org.br/
Autora: Vivian Aparecida Blaso Souza Soares César, Relações Públicas, especialista em Sustentabilidade