Fórum global reuniu pesquisadores e líderes de grandes empresas que discutiram ações de negócios inclusivos e sustentáveis

Novos modelos de negócios e produtos, inovação, sustentabilidade, educação financeira e oportunidades às populações mundiais mais pobres foram alguns dos principais temas do primeiro Fórum Internacional da Rede Global de Laboratórios de Base da Pirâmide (BoP). 

O evento mobilizou empresários, agentes do terceiro setor, líderes dos Laboratórios de Aprendizagem de BoP, estudantes, acadêmicos, empreendedores, representantes comunitários e jornalistas, em 7 e 8 de novembro, na sede da Natura, em Cajamar, São Paulo.

Criador do conceito inovador de negócios na Base da Pirâmide, o economista Stuart Hart foi um dos destaques do Fórum. O professor da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, destacou que as empresas devem voltar seus esforços a projetos que integrem toda a comunidade, movimentem a economia e sejam sustentáveis. “Para que essas ações se concretizem, serão necessárias novas tecnologias, novas estratégias, novos modelos de negócios. Tudo novo!”, completa Stuart Hart.

Além disso, diversos líderes de iniciativas em BoP apresentaram casese responderam às dúvidas e sugestões dos participantes sobre os projetos. Como o indiano Sagun Saxena, diretor da CleanStar Venture, que detalhou o modelo de negócio sustentável e inclusivo em Maputo, Moçambique. De maneira inovadora, a iniciativa modificou a cadeia de valor do carvão com o uso da tecnologia limpa, melhorando a qualidade de vida e gerando uma nova fonte de renda à comunidade local.

Já para Ted London, a atual marca de 9 bilhões de pessoas no mundo e o constante crescimento populacional são grandes entraves para a solução da pobreza. Entretanto, as empresas que desenvolvem ações em BoP têm um papel importante na solução desses problemas. “Estamos caminhando aos poucos. Hoje, as pessoas começam a observar que os negócios podem ser parte da solução”, destaca o pesquisador do Willian Davidson Institute e professor da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Stuart Hart encerrou o evento ressaltando, junto aos mais de 16  líderes de BoP presentes no encontro, de países como Dinamarca, Finlândia, Japão, China, Índia, Colômbia, Filipinas, Itália, Alemanha, Brasil e África do Sul, a necessidade de sempre atuar de maneira engajada com o tripé da sustentabilidade, que engloba meio ambiente, sociedade e economia.

Os organizadores do evento, Global Social Impact (GSI) e Enterprise for a Sustainable World(ESW), criaram em conjunto com os líderes dos laboratórios globais o relatório “Raising the Base of the Pyramid”, disponível em: http://www.bopglobalnetwork.org/labnetwork_web.pdf  A versão em português será disponibilizada em breve.  

O primeiro laboratório de aprendizagem em  BoP foi desenvolvido pelo acadêmico Stuart Hart, na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Desde então, 18 centros de inovação discutem e propõem, ao redor do mundo, soluções para a diminuição de desigualdades sociais e degradação ambiental. No Brasil, o primeiro Laboratório de BoP fica no Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), na capital paulista.

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