Instituto Jatobás ensina grupo de jovens de Pardinho a proteger as nascentes e a mata

Fonte: TV Cultura

A soleira da porta, num fim de tarde, o sorriso de seu Pedro é um convite a uma boa prosa.Aos 95 anos, ele é um livro vivo. Ao lado da mulher testemunha a história de Pardinho,que fica a 200 kms da capital paulista.

Entrevista com Pedro Batista Silva-95 anos

“Antes era uma beleza.Dava gosto viver aqui.Tinha mais mataria, mais bicho, mais pássaro.Agora não tem nada.Acabou.”
Seu Pedro e Dona narcidia são filhos dessa terra, área de recarga do Aquífero Guarani- uma dos maiores reservatórios subterrâneos de água doce do mundo.Por aqui afloram várias nascentes ,entre eles o rio pardo, o principal curso d’água e mais importante recurso hídrico da região.Uma parte importante da sub-bacia do paranapanema. Entrevista com Francisco Rocha-prefeito
“É um rio caldaloso, quer serve 42 cidades pela frente.E nós temos a honra de dizer que Pardinho, o nome de Pardinho vem porque aqui passa o rio Pardo, nasce o rio Pardo.”
Para conhecer a nascente do rio Pardo , jovens da comunidade se embrenham na mata.

O projeto é do Instituto Jatobás- organização não-governamental , que promete oferecer conhecimento para a construção de um caminho coletivo, solidário e sustentável. Durante o passeio ,os visitantes percebem que no meio do brejo, escondida entre a vegetação, brota da terra o veio de água que dá origem ao rio .
Gotas cristalinas despertam a sensibilidade dos estudantes para proteger a fonte de água. Base para um futuro melhor.
Entrevista com João Furtado -biólogo :
“O que nós queremos desses jovens é uma mudança de modelo mental , sair do aqui e agora e olhar ofuturo com as próximas gerações. O que nós procuramos é uma mudança e cidadania.”
Pardinho está numa área de transição entre 2 biomas : a Mata Atlântica e o Cerrado. Conserva apenas 6% de cobertura vegetal originária. A mil e 110 metros do nível do mar, as montanhas parecem formar um grande homem deitado,conhecido como o gigante adormecido-obra que a natureza esculpiu ao longo do tempo.
Entrevista com Beatriz Guerra -bióloga
“Depois de vários períodos geológicos a gente teve um derramamento de basalto, que é o magma. Escorreu e parou aqui, exatamente onde a gente está, formando esse frente da cuesta. Aqui é um divisor de fauna e flora, de biomas diferentes.E aqui começa o Aquífero Guarani.”
Entrevista com João Furtado -biólogo:

“Se não conseguirmos que essas pessoas comecem a pensar qual é a relação da espécie humana com a dependência da natureza ,nós vamos continuar tendo esse modelo mental de cultura de posse, de desenvolvimento sem olhar a base da sustentação da vida.”