Seis anos após protocolo de Kyoto, humanidade não está “virando o jogo” contra poluentes

No dia 16 de fevereiro de 2005 entrou em vigor o Protocolo de Kyoto, com normas sobre a redução de emissões de gases que causam o efeito estufa e o aquecimento global, especialmente o dióxido de carbono (CO2). O tratado resultou da 3.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e os países que assinaram o protocolo se comprometeram a reduzir suas emissões. Seis anos após o tratado, a meta parece estar longe de ser alcançada.

O Diretor Executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, disse que desde a assinatura do tratado, se desenvolveu um “negócio” em torno da questão do aquecimento global. “Há negócios, recursos, investimentos sendo viabilizados buscando diminuir as emissões, de forma bastante diversificada, incluindo a fabricação de matrizes energéticas com menos emissões de poluentes, com utilização de diesel e madeira de eucalipto, por exemplo”, diz Borges.

Em muitos países, há legislações avançadas que impõem à iniciativa privada que reduza a emissão de gases como condição para que as empresas continuem na ativa. Clóvis Borges menciona como exemplo políticas no estado americano da Califórnia, nos Estados Unidos, que acabam superando a legislação de todo o país nesse sentido. Na Escócia, há um projeto de longo prazo para que se atinja a emissão zero em questão de 10 anos.

A conservação da natureza, no entanto, que é segundo Borges uma das medidas para o controle do aquecimento global, acaba não sendo tão contemplada. De acordo com o especialista, mexer em seu próprio negócio, diminuir a emissão de gás em uma empresa com atitudes pontuais é mais simples. A transformação da necessidade da preservação da biodiversidade em uma demanda de negócio ainda está longe de ocorrer.

Em uma análise global, Clóvis Borges acredita que mesmo com o mercado pela emissão de gases e ações de voluntariado e de conscientização pela preservação da natureza, a humanidade não está conseguindo virar o jogo. Borges acredita que o problema é falta de controle. Mesmo com o Protocolo de Kyoto, há no planeta uma lógica de aumento de produtividade através de um maior consumo de recursos naturais. Assim, por mais que por todo o lado o pensamento seja “vamos buscar alterativas”, não existe, segundo o próprio especialista, uma “Fórmula Mágica”.

Entenda melhor o Protocolo de Kyoto: