Grupo Ecogeo traz para o Brasil equipamento que transforma água salobra em potável

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Com capacidade de produzir 700 litros de água potável por hora, a unidade móvel de dessalinização está em testes no sertão da Paraíba. Empresa estuda a viabilidade de instalação de uma fábrica no semiárido

São Paulo, 31 de janeiro de 2011 – O Grupo Ecogeo, holding com mais de 30 anos de atuação em soluções ambientais, desenvolve desde o fim do ano passado um projeto no Nordeste brasileiro com o objetivo de testar uma tecnologia que pode vir a substituir os caminhões-pipa. O equipamento movido a energia solar é capaz de transformar água salobra em potável. “No final de um dia de operação, o uso do equipamento é bem mais vantajoso que o caminhão-pipa, até porque não há necessidade de combustível”, ressalta o presidente da empresa, Ernesto Moeri.

O Brasil concentra cerca de 13% de toda a água doce no mundo, no entanto a escassez deste recurso natural é uma realidade no País, principalmente na região Nordeste. Ciente dessa situação, o Grupo Ecogeo, em parceria com a Trunz Water Systems AG, fabricante de equipamentos especializada em tratamento de água, e a REPIC, entidade governamental suíça responsável por uma plataforma de apoio e promoção de projetos de energias renováveis, resolveu trazer para o Brasil o mais avançado sistema de dessalinização e purificação que transforma água salobra em potável.

“O Nordeste é abundante em rios, mangues, represas e águas subterrâneas, no entanto o sal e outras impurezas existentes tornam as águas frequentemente impróprias para o consumo. Há mais de seis meses estudamos as condições da região e avaliamos que o potencial de geração de água tratada para a população é muito grande”, afirma Moeri.

São Sebastião do Umbuzeiro, localizado no sertão da Paraíba, é o terceiro município a operar a unidade móvel de dessalinização. Antes, o equipamento havia sido testado em Santa Luzia e Picuí/PB. No local onde está instalada atualmente, a unidade de dessalinização reduz a salinidade de 4.950 ppm (partes por milhão) para menos de 100 ppm (considerada água própria para o consumo). Com capacidade para produzir 700 litros/hora de água potável, a planta é autônoma, de fácil transporte, resistente à corrosão e oxidação, tem baixo custo operacional, pois utiliza energia solar, e, desta forma, não precisa de combustíveis ou eletricidade para funcionar. Além disso, sua instalação é extremamente rápida e a tecnologia adotada está de acordo com todas as normas nacionais e internacionais.

Um dos diferenciais da tecnologia dos equipamentos da Trunz Water Systems é o sistema de pré-filtração que controla a qualidade da água que entra no processo de osmose reversa. No total, o equipamento em funcionamento possui quatro pré-filtros, sendo um deles dedicado à segurança do líquido que chega até a membrana, que é a responsável pela transformação da água salobra em potável. “Este recurso aumenta a qualidade da água tratada e diminui a necessidade de trocas e manutenção, além de aumentar a vida útil do equipamento”, afirma Vinicius Lima, coordenador de projeto do Grupo Ecogeo.

A planta possui ainda um sistema automático de auto-lavagem que é acionado quando as impurezas da água atingem determinado volume. O monitoramento remoto é outro diferencial do dessalinizador da Trunz Water Systems. Este recurso permite que os profissionais do Grupo Ecogeo, independentemente do local onde estejam, controlem as funções do equipamento a distância. O conceito de sustentabilidade também está presente no dessalinizador, já que seu funcionamento é feito somente com luz solar obtida através de doze painéis solares com potência para fornecer 2.000 Watts. Como o equipamento só precisa de 1.200 Watts para operar, os 800 Watts excedentes podem ser utilizados em eletrodomésticos como geladeira, chuveiro, rádio, TVs etc.

A meta é que até o final de fevereiro de 2011 outros testes do equipamento sejam feitos nos estados da Bahia e de Pernambuco.

Fábrica no Brasil

O Grupo Ecogeo estuda a viabilidade de instalar no Nordeste brasileiro uma unidade industrial de equipamentos da Trunz Water Systems. A fábrica poderá receber investimentos de aproximadamente R$ 4 milhões e terá a capacidade de montar mais de 100 unidades de tratamento de água por ano. “Escolhemos o Nordeste pelo enorme potencial de águas subterrâneas salobras a serem tratadas e colocadas à disposição das comunidades locais. Nosso plano é começar a montar os equipamentos no semiárido brasileiro já na segunda metade de 2011”, adianta Ernesto Moeri, presidente do Grupo Ecogeo.

A Trunz Water Systems, detentora da tecnologia de tratamento de água, e o Grupo Ecogeo assumirão a montagem, comercialização e manutenção dos equipamentos que serão montados no Brasil. No total, existem mais de 10 modelos de plantas e cada um é indicada para o tratamento de diferentes tipos de água e diferentes capacidades de produção. “Os equipamentos podem ser utilizados para combater a falta de água na região de seca no Nordeste, mas também para apoiar locais isolados como bases militares, acampamentos de exploração mineral e petrolífera, instalações turísticas e localidades que passaram por catástrofes naturais, como terremotos, inundações, furacões e outros”, afirma Moeri.

Atualmente os equipamentos da Trunz Water Systems estão em funcionamento em países como: Venezuela, Haiti, Cuba, Paquistão, Austrália, Malásia, África do Sul, Índia entre outros.

Sobre o Grupo Ecogeo

O Grupo Ecogeo é uma holding com mais de 30 anos de atuação no Brasil, composta por cinco empresas focadas em áreas distintas do desenvolvimento sustentável: Geoklock (consultoria e engenharia ambiental), Biosol (implantação e operação de sistemas de remediação), Bachema (laboratórios de química ambiental), Biolatina (geração de biogás e biodiesel utilizando resíduos não alimentares) e Algae Biotecnologia (desenvolvimento tecnológico de sistemas de cultivo de microalgas e cianobactérias no Brasil e na América Latina para produção de biocombustíveis).