A cidade é símbolo de desenvolvimento, porém, seus problemas sociais e ambientais necessitam de intervenções pela Sustentabilidade.

Há tempos a cidade é um símbolo de progresso e desenvolvimento, no entanto, sempre marcada pela desigualdade, pela pobreza e pela poluição ambiental. As grandes cidades, ou as chamadas metrópoles compartilham este paradoxo : ser a mesmo tempo o centro do progresso, da tecnologia, do desenvolvimento e de graves problemas sociais e ambientais. A constante urbanização da sociedade é uma tendência global principalmente para os países em desenvolvimento. Por outro lado, a cidade sempre mantém relações com a sociedade e com o todo, e seu funcionamento é modificado quando há transformações também em seus elementos constituintes como poder, estado, agricultura comércio etc. Então, podemos dizer que as transformações da cidade não são os resultados passivos da globalidade social, de suas modificações, ela depende também das relações diretas entre pessoas e grupos que a compõem como (famílias, corpos organizados, profissões e corporações etc.).
A cidade é, portanto, uma pluralidade de significações imaginárias e sociais, e sua produção e reprodução implicam em antagonismos como relações de complementaridade e concorrência, organização e auto–organização, regulação e auto-regulação que vão de encontro às necessidades de promoção de novas formas de sociabilidade propostas para as sociedades em redes.
Uma das questões da cidade contemporânea são aspectos sobre as novas realidades urbanas após a globalização como por exemplo o fenômeno de uma urbanização sem urbanismo. A sociedade hoje, chamada sociedade do hipertexto, conectada em redes necessita urgentemente de um resgate a ética, moral para uma transformação em prol á sustentabilidade. Hoje, uma das questões principais da sustentabilidade nas metrópoles está relacionada à escassez da “água”, entretanto, a questão do saneamento já era apontada durante a revolução industrial como um dos principais desafios ao desenvolvimento das cidades e o que nós fizemos? Ocupamo-nos das margens dos rios e despejamos todo nosso esgoto sobre eles.
São Paulo é um exemplo disso, quando foi projetada a construção de uma nova cidade ás margens do Rio Pinheiros onde através de um desenvolvimento do setor imobiliário foi realizada uma articulação para a transformação de bairros residenciais e fabris para o novo eixo econômico da cidade.
No geral, os países desenvolvidos são todos predominantemente urbanos e o Brasil, só deixou plenamente de ser um país rural na década de 1970, com a constante migração para os grandes centros urbanos, no entanto, as cidades, não foram capazes de absorver toda essa população de migrantes, sendo que muitos acabaram sendo deixados em situação de vulnerabilidade em áreas de risco, outros se instalaram no centro dessas cidades, vivendo à margem da sociedade.

A marginalidade urbana é também um subproduto da transformação na esfera do trabalho onde há uma polarização social e no caso de São Paulo este modelo é fractual e a presença da pobreza esta em toda cidade.

Os governos e prefeituras responsáveis pelo planejamento urbano da cidade e dos seus espaços públicos, na maioria das vezes não conseguem absorver a expansão exponencial da cidade. Por isso, é de extrema importância as ações de intervenção no espaço urbano por organizações da Sociedade Civil, Fundações e Empresas.

A região metropolitana de São Paulo, tem tido uma bela atuação de organizações em prol do desenvolvimento pleno da cidade, como a ONG Nossa São Paulo, o Instituto Polis, entre outras organizações sociais que têm atuado para amenizar as mazelas sociais urbanas e resolver questões sérias como violência, tráfico de drogas, acessibilidade etc.
São Paulo, apesar de ser a cidade mais rica do país, no âmbito do urbanismo e do planejamento urbano está entre as cidades mais carentes, com a necessidade latente de uma reforma urbana ampla. Outras cidades como Curitiba, apresentam um planejamento urbano mais arrojado, principalmente devido à atuação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, fundado em 1965, pelo então prefeito de Curitiba Ivo Arzua.

A partir da década de 1980, com os conceitos de Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável, surgiu também o conceito de Desenvolvimento Urbano Sustentável e Planejamento Urbano para a Sustentabilidade. São ações e projetos que visam: reutilizar e regenerar áreas abandonadas e socialmente degradadas, evitar a expansão da cidade, priorizando desenvolvimento urbano dentro dos aglomerados, assegurando densidades apropriadas, assegurar a compatibilidade de usos entre edifícios e áreas urbanas, oferecendo equilíbrio entre empregos, habitação e equipamentos, dando prioridade ao adensamento residencial nos centros das cidades, assegurar conservação e renovação do patrimônio cultural urbano, e adotar critérios de desenho urbano e construção sustentáveis, com alta qualidade.

Um bom exemplo de projeto voltado para o Desenvolvimento Urbano Sustentável é a Praça Victor Civita, em Pinheiros, São Paulo. Com o apoio do Itaú Unibanco, a área antes degradada e abandonada, foi revitalizada através de um projeto idealizado pelo Instituto Abril em parceria com órgãos das iniciativas pública e privada: Itaú, Even Construtora e Incorporadora, CETESB, Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, Levisky Arquitetos, Holcim Brasil, Carbone Construtora, CMS Engenharia, GTZ (Agência Alemã de Cooperação Técnica) e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). O projeto transformou a praça em um “Espaço Aberto da Sustentabilidade”, que além de uma arquitetura moderna e revitalizadora, conta com uma série de medidas sustentáveis, como placas de energia solar com fins educativos; iluminação com leds, mais duráveis que lâmpadas comuns; sistema de tec garden com calhas para reaproveitamento da água da chuva; além de projeto paisagístico composto por diferentes espécies com funções orgânicas, utilizadas na produção de bicombustíveis, para efeito demonstrativo. São ações como essa que levarão a construção de cidades sustentáveis no Brasil, de extrema importância para o desenvolvimento do país, que tem projeções de se tornar uma das maiores economias do mundo num futuro não muito distante, e com a tendência a urbanização cada vez maior. Autora: Relações Públicas: Vivian Aparecida Blaso Souza Soares César