A Rio+20 – Esforços necessários para alcançar uma economia verde, inclusiva e de baixo carbono

São Paulo,08 de agosto de 2011
Por: Vivian Blaso, Mestre em Ciências Sociais, Relações Públicas e Especialista em Sustentabilidade

Durante o SBCS11 – 4º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável –, realizado nos dias 04 e 05 de agosto de 2011, no WTC Convention Center, em São Paulo, a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, apontou as perspectivas diante da realização da Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – 2012, evento mais importante desde a realização da Rio 92 – 1ª Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento.
A Rio+20 reunirá os esforços necessários para alcançar uma economia verde, inclusiva e de baixo carbono em busca do desenvolvimento sustentável.
A Ministra afirmou que será necessário o engajamento dos diversos grupos da sociedade para que a conferência tenha sucesso. Para tanto, ela aposta nas iniciativas organizadas dos empresários, como a apresentação de propostas que possam ser colocadas na pauta das discussões da conferência, uma vez que o seu eixo central está pautado na Green Economy, e para isso será necessário que o Brasil apresente suas experiências nas questões relacionadas ao Etanol e à Amazônia, além da nossa biodiversidade, que hoje abastece a cadeia de produção e consumo em escala global. A Ministra considera que a Rio+20 é um evento político e será o mais importante do governo da presidenta Dilma.
O foco deverá ser colocado em torno de como a sustentabilidade se relaciona com países subdesenvolvidos, uma vez que só existe uma alternativa para eles: uma economia verde que proporcione a equidade. Na conferência Rio 92 falamos sobre os limites do planeta como algo intangível, entretanto agora é um grande risco para a economia, pois a biodiversidade está relacionada de maneira intrínseca ao desenvolvimento das nações.
A estratégia do governo para a conferência está voltada para a mobilização e o engajamento da sociedade, por isso ele vai fazer um grande esforço para mobilizar principalmente os jovens, porque eles é que terão de cobrar dos governantes e implementar ações que promovam a economia verde e inclusiva.
“Hoje, cada vez mais existe a temática ambiental na agenda econômica do governo federal. Ela faz parte da governança da nossa estrutura de gestão e também está em nossa pauta a questão da Construção Civil, pois se vamos construir casas, vamos construir com eficiência energética, com sustentabilidade, sobretudo priorizando produtos e tecnologias produzidas no Brasil, porque isso gera desenvolvimento”, enfatiza a Ministra.
De acordo com o relatório intitulado Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza, lançado pelo PNUMA em 2011, existem grandes oportunidades para desacoplar, por exemplo, a geração de resíduos do crescimento do PIB, incluindo em seu lugar ações de recuperação e reciclagem. Isso gera no Brasil retornos de 2 bilhões de dólares por ano, ao mesmo tempo que evita a emissão de 10 milhões de toneladas de gases de efeito estufa; aqui, uma economia de reciclagem plena valeria 0,3% do PIB.
O Brasil precisa se articular através de espaços que promovam debates sobre a Rio+20. Esses espaços devem ser liderados pela sociedade, e o que queremos deixar como legado da conferência será uma sólida política ambiental para os próximos anos. Nosso país tem muitas experiências, e o que precisamos fazer é empacotá-las, ou seja, colocar juntas e divulgá-las para que outros empresários possam mostrar a sua viabilidade econômica para a sociedade.
A Rio+20 não terá caráter deliberativo, isto é, não promete um resultado final, mas tem como desafio atrair a adesão por parte dos líderes mundiais para ser considerada um sucesso. Uma das propostas é que seja criada uma agência de Meio Ambiente da ONU, algo mais forte que apenas programas como o PNUMA.
O evento será realizado nos dias 04, 05 e 06 de junho de 2012 no Rio de Janeiro, e a expectativa de público é de aproximadamente 50 mil pessoas.